1. Introdução
Nesse trabalho apresente-se as principais
características do pimentão, bem como seu histórico, seus tratos culturais e
aspectos socioeconômicos.
Como um vegetal do gênero Capsicum, seu
sabor é semelhante ao das pimentas, mas sem a ardência delas.
É muito utilizado na culinária de todo o
mundo, em saladas, assados, cozidos, na preparação de molhos para carnes e
diversos tipos de pratos.
2. Histórico
Originária da América do Sul, as plantas de pimentão
foram encontradas a cerca de 7 mil anos atrás. Espanhóis e portugueses se incumbiram de
espalha-las no continente europeu e em outras partes da América e, por ser um
vegetal versátil e adaptável a diversos climas, o cultivo se expandiu
rapidamente em todo o Mundo.
O pimentão é uma
boa fonte de vitamina C (o verde) e de vitamina A (o vermelho). Além disso, tem
cálcio, fósforo, ferro e sódio em pequena quantidade. Como todo legume, não tem
muitas calorias, pois é pobre em hidratos de carbono e proteínas. Também se
caracteriza por ter substâncias aromáticas que nem sempre são bem aceitas por
pessoas que têm problemas digestivos.
O pimentão também se adaptou bem a diversas
cozinhas: é bastante usado na culinária brasileira e portuguesa, na italiana e
na mexicana. Na Europa, é seco para dar origem à páprica, um condimento muito
usado em cozidos típicos do leste europeu, como o húngaro Goulash.
3. Aspectos socioeconômicos
Atualmente,
a China e a Índia têm mais de 1.000.000 hectares cultivados com Capsicum,
e os tailandeses e os coreanos-do-sul, tidos como os maiores consumidores de
pimenta do mundo, comem de 5 a 8 gramas por pessoa/dia.
O
cultivo de pimentas ocorre praticamente em todas as regiões do país e é um dos
melhores exemplos de agricultura familiar e de integração pequeno
agricultor-agroindústria. Os pimentões, além de serem consumidos frescos, podem
ser processados e utilizados em diversas linhas de produtos na indústria de
alimentos. A área anual cultivada é de cerca de dois mil ha e os principais
estados produtores são Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Ceará e Rio Grande do
Sul. A produtividade média depende do tipo de pimenta cultivada, variando de 10
a 30 t/ha. A crescente demanda do mercado, estimado em 80 milhões de reais ao
ano, tem impulsionado o aumento da área cultivada e o estabelecimento de
agroindústrias, tornando o agronegócio de pimentas (doces e picantes) um dos
mais importantes do país. Além do mercado interno, parte da produção brasileira
de pimentas é exportada em diferentes formas, como páprica, pasta, desidratada
e conservas ornamentais.
4. Exigências edafoclimáticas
4.1 Solo
Os
solos utilizados para o cultivo de pimenta devem ser profundos, leves, drenados
(com bom escoamento de água, não sujeitos a encharcamento), preferencialmente
férteis, com pH entre 5,5 a 7,0. Devem ser evitados solos salinos ou com
elevada salinidade, uma vez que as pimentas, assim como pimentão, são
moderadamente sensíveis. Altas concentrações de sais no solo podem ser de origem
natural ou resultante do uso excessivo de fertilizantes, localização inadequada
de fertilizantes ou ainda do uso de água de irrigação com altas concentrações
de sais. A salinidade do solo, medida por meio da condutividade elétrica
produzida por sais solúveis do solo a 25oC, deve estar abaixo de 3,5 cS/m de
condutividade elétrica, pois a partir deste valor a produtividade começa a
diminuir.
Do
ponto de vista sanitário, recomenda-se que sejam evitadas áreas que tenham sido
cultivadas nos últimos 3-4 anos com outras plantas da família das Solanáceas
(como batata, tomate, berinjela, pimenta, jiló, fumo, Physalis) ou
Cucurbitáceas (como abóbora, moranga, pepino, melão e melancia). Áreas com
cultivos anteriores de gramíneas (milho, sorgo, arroz, trigo, aveia),
leguminosas (feijão, soja) ou aliáceas (cebola, alho), são as mais indicadas.
4.2 Clima
O
pimentão é uma planta exigente em temperatura, sobretudo se a variedade é de
polpa grossa. A ideal para a germinação se situa em volta de 25°C. A planta tem
um desenvolvimento adequado com temperaturas entre 20 e25°C; O desenvolvimento
é deficiente quando a temperatura baixa de 15°C e, nulo com as temperaturas
inferiores a 10°C.
A
temperatura ideal para floração e frutificação situa-se entre 20 e 25°C,
temperaturas superiores a 35°C comprometem a floração e a frutificação
provocando o aborto e a queda das flores, sobretudo se o ambiente é seco e
pouco luminoso. Daí a vantagem de se escolher um híbrido adaptado ao nosso
clima tropical.
Temperaturas
inferiores a 8-10°C reduzem a qualidade dos frutos, dado que estas favorecem a
formação de frutos partenocárpicos, que com poucas, ou nenhuma semente, ficam
deformados e sem valor comercial. A umidade relativa adequada se situa entre 50
e 70%. A umidade baixa combinada com altas temperaturas pode provocar a queda
das flores.
5. Botânica
Planta herbácea de caule também
herbáceo, folhas ovais acuminas de cor verde escura. Flores brancas seguidas de
frutos carnosos e ocos com muitas sementes.
O nome é o mesmo das pimentas, mas o pimentão não é ardido como aquelas. Tem alto valor nutritivo em vitaminas A e C, além de cálcio, fósforo e ferro. Inúmeras variedades existem para cultivo no mercado, citamos dentre eles Magda, Avelar e Yoko Wonder.
5.2 Características da planta:
Planta arbustiva, semiperene, mas cultivada como planta anual. Apresenta folhas de coloração verde-escura e com formato oval-lanceolado. Os frutos são do tipo baga, com formato que varia de cúbico a piramidal e se encontram, geralmente, em posição, geralmente, em posição pendente.5.3 Características da flor:
As flores são hermafroditas e localizam-se isoladamente nas axilas das folhas, sobre pedúnculos curtos. São pequenas, ao redor de 1 cm de diâmetro, e possuem pétalas brancas.6. Variedades
O pimentão
(Capsicum annuum L) apresenta grande diversidade de colorações, formatos,
tamanhos e pungência (sensação de ardor). As denominações mais comuns se
referem à sua coloração: verde, vermelho e amarelo, seguidos por laranja,
creme e roxo. Encontramos pimentões nos formatos cônico, semi-cônico,
retangular e quadrado. A sensação de ardor presente nas pimentas é menos
perceptível nos pimentões devido à menor quantidade de Capsaicina.
A variedade cultivada pelos
alunos no primeiro modulo de curso pelos alunos, é a Califórnia Wonder. Este é um pimentão popular, de origem Norte Americano, produz bem em
climas frios.
7. Manejo e produção de mudas (Propagação)
EM BANDEJAS DE
ISOPOR - A
produção de mudas em bandejas deve ser feita em ambiente protegido, telado. A
técnica mais recomendável para se produzir mudas é de semeio em bandejas de
isopor de 128 células, preenchidas com substrato comercial ou preparado na
propriedade, colocando uma semente por célula. Caso haja comprometimento da
germinação, o ideal é aumentar o semeio para três sementes / célula,
procedendo-se a um desbaste posteriormente, se necessário, através do corte com
tesoura, rente ao colo das mudas menos vigorosas quando estas apresentam pelo
menos duas folhas definitivas. O arranque das mudas germinadas em excesso não é
recomendado pelo risco de comprometer o sistema radicular da muda remanescente
na célula.
As
bandejas devem ser colocadas em suportes tipo bancada, formada por tela de
arame ou somente por fios de arame a 0,60-0,70 m do solo, a fim de que haja luz
na parte inferior da bandeja . Este cuidado impede o desenvolvimento das raízes
por baixo da bandeja, o que facilita a retirada das mudas por ocasião do
transplante, evita injúrias às raízes novas e não cria condições para infecção
das mesmas por fungos e bactérias do solo.
As
irrigações (duas vezes por dia, no máximo) deverão ocorrer nas horas de
temperaturas mais amenas, ou seja, no início da manhã e final da tarde,
utilizando-se água fresca e em quantidade suficiente para que se verifique
apenas o início da drenagem (gotejamento) na parte inferior da bandeja. O
cuidado nas irrigações é fundamental para obter mudas de boa qualidade. Em caso
de necessidade, deve ser feita uma adubação foliar após o desbaste,
pulverizando-se as mudas com uma solução de adubo foliar com uma formulação de
macro + micronutrientes. Deve-se evitar o excesso de nitrogênio para não
favorecer a proliferação de doenças fúngicas nos tecidos foliares.
EM SEMENTEIRAS - As sementeiras devem ser preparadas com
revolvimento da terra, destorroa mento e correção da fertilidade com base na
análise química do solo. Os canteiros devem ter de 1,0 a 1,2 m de largura, 0,20
a 0,25 m de altura e comprimento de acordo com a necessidade de mudas. As
sementes devem ser distribuídas uniformemente em sulcos transversais ao
canteiro, distanciados 0,10 m um do outro e com 1,5 a 2,0 cm de abertura e 1,0
a 1,5 cm de profundidade. Gastam-se de 3 a 5 gramas de sementes por metro
quadrado de sementeira. Após a distribuição, as sementes devem ser cobertas com
terra do sulco. A colocação de uma cobertura com saco de aniagem sobre o
canteiro evita que o impacto das gotas da água de irrigação ou de chuva desenterre
ou afunde as sementes, prejudicando a germinação ou a emergência. O número de
sementes é de aproximadamente 200 por grama. A área da sementeira deve ser
calculada com base na área que será plantada e no espaçamento a ser utilizado.
COMPRA DE MUDAS - Atualmente é possível adquirir mudas ou
contratar a produção das mesmas com profissionais que se dedicam a esta
atividade. Este sistema é recomendado para cultivo em áreas maiores e apresenta
como principais vantagens a rapidez na obtenção das mudas, assim como a boa
qualidade das mesmas. O produtor pode fornecer ao viveirista suas próprias
sementes ou indicar a cultivar ou variedade e adquirir as sementes no mercado
8. Implantação
O
preparo consiste de limpeza da área, aração a uma profundidade de 30 cm,
seguida de gradagem de nivelamento. Logo após a primeira gradagem faz-se a
calagem de acordo com a análise de solo. Uma segunda gradagem é feita para
incorporar o calcário ao solo e adequá-lo a sulcagem. O plantio pode ser feito
em canteiros, mas o mais comum é o plantio em sulcos, que devem ter 30 a 40 cm
de largura e 20 a 25 cm de profundidade. A distância entre os sulcos deve ser
de 80 cm e devem ter uma declividade de 0,2% a 0,5% para facilitar o escoamento
da água sem causar erosão. Após a incorporação de matéria orgânica (uma semana
antes do plantio) e dos fertilizantes (um dia antes do plantio), o sulco ficará
com a forma de ‘U’.
Em
épocas chuvosas, recomenda-se a construção de canteiros com 20-25 cm de altura
e 0,8-1,0 m de largura, para facilitar a drenagem e reduzir riscos de
contaminação com murcha-de-fitóftora (Phytophhtora capsici). Se o plantio for
feito em uma área pequena, os canteiros podem ser levantados com o auxílio de
uma enxada.
8.2 Preparo do solo
Logo após a primeira gradagem faz-se a
calagem de acordo com a análise de solo. Uma segunda gradagem é feita para
incorporar o calcário ao solo e adequá-lo a sulcagem.
Em
épocas chuvosas, recomenda-se a construção de canteiros com 20-25 cm de altura
e 0,8-1,0 m de largura, para facilitar a drenagem e reduzir riscos de
contaminação com murcha-de-fitóftora (Phytophhtora capsici). Se o plantio for
feito em uma área pequena, os canteiros podem ser levantados com o auxílio de
uma enxada.
A dose
de calcário a ser aplicada, caso seja necessário, pode ser calculada com base
na elevação da saturação de bases de um valor considerado adequado para cada
lavoura. Para o cálculo é necessário que se tenha em mãos os resultados da
análise e o valor de saturação de bases indicado para a espécie vegetal em
questão. Adota-se a seguinte fórmula:
Dose
de calcário (t ha-1) = (V2 - V1)T/PRNT
Onde
V2 é a saturação por bases desejada (70% a 80% para a pimenteira), V1 é a
saturação de bases atual do solo [(Ca+2 + Mg+2 + K+) x 100/T], T é a capacidade
de troca de cátions potencial do solo [Ca+2 + Mg+2 + K + (H+Al)], e PRNT =
poder relativo de neutralização total do calcário a ser aplicado.
ADUBAÇÃO- A quantidade de adubo a ser
aplicada é determinada com base na análise química do solo e nos
boletins-aproximação de cada região. Como na maioria destes boletins não
existem recomendações para a cultura da pimenta, utiliza-se a recomendação
feita para o pimentão.
Aplicar
calcário para elevar a saturação de bases a 80% e o teor mínimo de magnésio a 8
mol/dm3. Em situações onde é muito difícil fazer a análise química do solo,
existem algumas aproximações que auxiliam o produtor quanto às quantidades e
tipos de adubos a serem utilizados. Porém, o produtor terá maiores chances de
acerto fazendo a análise química anual de solo 2-3 meses antes da calagem. A
quantidade de fertilizantes indicada deverá ser distribuída uniformemente no
sulco ou no canteiro, revolvendo bem o solo a uma profundidade de
aproximadamente 30 centímetros para que ocorra uma boa incorporação.
8.3
Plantio
O plantio pode ser feito em canteiros, mas o mais comum é o
plantio em sulcos, que devem ter 30 a 40 cm de largura e 20 a 25 cm de
profundidade. A distância entre os sulcos deve ser de 80 cm e devem ter uma
declividade de 0,2% a 0,5% para facilitar o escoamento da água sem causar
erosão. Após a incorporação de matéria orgânica (uma semana antes do plantio) e
dos fertilizantes (um dia antes do plantio), o sulco ficará com a forma de ‘U’.
Em épocas chuvosas, recomenda-se a construção de canteiros
com 20-25 cm de altura e 0,8-1,0 m de largura, para facilitar a drenagem e
reduzir riscos de contaminação com murcha-de-fitóftora (Phytophhtora capsici).
Se o plantio for feito em uma área pequena, os canteiros podem ser levantados
com o auxílio de uma enxada.
No caso de semeio direto no campo, vai da semeadura até as
plantas atingirem 4 a 6 folhas definitivas. Para o plantio por mudas, este
estádio ocorre 5 a 10 dias após o transplante. A deficiência de água pode
prejudicar a germinação de sementes e o pegamento de mudas, comprometendo o
estande e a produtividade. Irrigações em excesso, tanto neste quanto nos estádios
subsequentes, favorecem a maior incidência de doenças de solo.
8.4 Espaçamento
Em sulcos, que devem ter 30 a 40 cm de
largura e 20 a 25 cm de profundidade. A distância entre os sulcos deve ser de
80 cm e devem ter uma declividade de 0,2% a 0,5% para facilitar o escoamento da
água sem causar erosão.
8.5 Tratos culturais
Durante
o ciclo devem ser realizadas várias práticas culturais, tais como irrigação,
manejo de plantas invasoras, de insetos pragas e patógenos, adubação de
cobertura, desbrota, tutoramento e ‘mulching’.
As
plantas de pimentão são tutoradas tanto no sistema de cultivo protegido como em
campo aberto. As hastes lenhosas da maioria dos tipos de pimenta dispensam
tutoramento e desbrota. Entretanto, caso apareçam brotações na haste principal
abaixo da primeira bifurcação, elas podem ser retiradas. Em locais de ventos
fortes, pode ocorrer a necessidade de se fazer tutoramento da planta
(colocando-se uma estaca de madeira ou bambu junto à planta) ou o plantio de
quebra-vento em voltado campo (capim-elefante, milho, cana-de-açúcar).
Para
se evitar o aparecimento de plantas invasoras, a ocorrência de doenças de solo,
manter a temperatura do solo e reduzir a evaporação da água do solo, pode-se
colocar um filme de plástico de cor negra (‘mulching’) ou dupla-face, ou seja,
negro de um lado e branco e outro. Neste caso, o lado branco deve ficar para
cima para refletir a radiação, e assim evitar o aquecimento do solo. A
colocação do filme pode ser feita antes ou após o transplante.
9. Manejos da floração (Indução Floral)
O estádio reprodutivo é o mais crítico em
relação à deficiência de água, especialmente durante o florescimento e
pegamento de fruto. A deficiência de água favorece a queda de flores e o
abortamento de frutos, além de reduzir o tamanho de fruto e favorecer a
ocorrência de podridão apical. Irrigações excessivas, em solos com drenagem
deficiente, prejudica a aeração do solo e favorece doenças, comprometendo a
produtividade e aspectos qualitativos dos frutos. Irrigações frequentes por aspersão
devem ser evitadas em condições onde a podridão de frutos e doenças foliares
são problemáticas.
10. Pragas, doenças e controle
10.1 Doenças
Para que as doenças sejam bem controladas é necessário que a cultura seja bem conduzida, ou seja, que a planta não esteja sujeita a estresses provocados por fatores diversos, tais como época de plantio desfavorável, adubação desbalanceada, ferimentos nas plantas, competição com plantas daninhas e o uso de cultivares não adaptadas ao clima. Dentre estes fatores, deve ser dada atenção especial ao tipo de solo e modo de irrigação. Plantas de pimenta são muito sensíveis a solos encharcados e morrem prematuramente por esta causa. O controle de doenças de plantas é, mais que tudo, ‘medicina preventiva’, ou seja, a estrita observação de medidas que devem ser adotadas antes mesmo do plantio.10.1.1 Antracnose (Colletrotrichum spp.)
Sua importância é reconhecida quase que exclusivamente pelas lesões que provoca em frutos, em campo ou após a colheita. É mais problemática em cultivos de verão, quando ocorrem temperatura e umidade altas. O patógeno é disseminado por sementes infectadas e por respingos de água de chuva ou irrigação. A doença se inicia como pequenas áreas redondas e deprimidas, que crescem rapidamente e podem atingir todo fruto. Sob alta umidade, o centro das lesões fica recoberto por uma camada cor-de-rosa, formada por esporos do fungo. Os frutos atacados não caem e as lesões permanecem firmes, a não ser que haja invasão de organismos secundários que aceleram a sua deterioração.
Controle- Fazer o plantio menos adensado em época
favorável à doença, para permitir melhor ventilação entre as
plantas;· Fazer um manejo adequado da irrigação, evitando excesso de água.
A irrigação por gotejamento, por não provocar o molhamento da parte aérea,
reduz drasticamente a chance de aparecimento da doença;· Pulverizar
preventivamente a cultura no início de frutificação com fungicidas
registrados;· Destruir os restos culturais imediatamente após a última
colheita;· Fazer rotação de culturas, de preferência com gramíneas.
10.1.2 Oídio - Oidiopsis taurica
Ataca com maior intensidade os cultivos irrigados por gotejamento. Inicialmente, são observadas manchas cloróticas na superfície superior das folhas. Sob condições favoráveis à doença, estas manchas tornam-se necróticas ou com muitas pontuações negras, com formato pouco definido. A superfície inferior da folha fica recoberta com estruturas esbranquiçadas do fungo, podendo levar a uma clorose geral da folha. Entretanto, pode ocorrer clorose e necrose sem que se perceba claramente o ‘pó branco’, dificultando o diagnóstico da doença. Folhas muito atacadas podem cair, e os frutos não são atacados pela doença.
Controle- Evitar plantar nas proximidades de plantas velhas
de pimentão ou tomate;· Adubar corretamente as plantas, de acordo com
análise do solo;· Fazer irrigação por aspersão, levando-se em conta que
esta técnica pode intensificar o ataque de outras doenças;· Pulverizar
preventivamente com fungicidas registrados;· Destruir os restos culturais
logo após a última colheita.
PRAGAS-
As populações de insetos causam
danos diretos ou indiretos às plantas quando fatores climáticos ou condições
específicas do agroecossistema favorecem o crescimento destas populações, e aí
sim, elas passam a causar danos econômicos que, para serem evitados, necessitam
do uso de medidas de controle. A forma mais eficiente e econômica de prevenir
os danos causados por insetos e ácaros é através do monitoramento da cultura,
de modo que as populações possam ser detectadas no seu início.
10.1.3 Pulgões - Myzus persicae e Macrosiphum euphobiae
O pulgão verde M. persicae apresenta geralmente cor verde-clara quase transparente, havendo formas roxas ou amareladas. O abdômen e tórax têm aproximadamente a mesma largura até a base dos cornículos, que são ligeiramente mais largos na sua metade apical, enquanto a cauda é pequena.
Controle- Não se recomenda a utilização de inseticidas
para o controle dos vetores do vírus do mosaico do pimentão, por ser
absolutamente ineficiente para prevenir a disseminação da moléstia, uma vez que
os pulgões transmitem o vírus com uma simples picada de prova;· Preparar
as mudas em viveiros protegidos por telas contra pulgões é a melhor garantia de
redução de perdas na produção causadas por viroses.
10.1.4 Vaquinha - Diabrotica speciosa
Os adultos têm 5-7 mm de comprimento, corpo ovalado e coloração geral verde brilhante, mostrando três manchas amarelo-alaranjadas em cada élitro. As fêmeas fazem a postura no solo, próximo ao caule das plantas. As larvas são brancas e possuem no dorso do último segmento abdominal uma placa quitinosa de cor marrom ou preta. Os danos causados pelas larvas às raízes de pimenteira são em geral pouco importantes. Os adultos, contudo, podem produzir injúrias sérias quando se alimentam das folhas, principalmente em plantas nas sementeiras ou recém-transplantadas para o campo.10.1.5 Burrinho - Epicauta suturalis
Os adultos são besouros polífagos, negros, revestidos de densa pilosidade cinza na cabeça, élitros e patas, medindo 8-17 mm de comprimento. As fêmeas ovipositam geralmente no solo, podendo alcançar 400-500 ovos durante sua existência. Os ovos eclodem após 10 dias, e deles originam-se larvas que são ativas, fortes e predadoras de outros insetos. O adulto é a única fase desta espécie que é prejudicial às plantas, porque se alimenta das folhas, ramos tenros e brotações da pimenteira e outras solanáceas.
Controle- Práticas culturais como rotação de culturas,
aração e gradagem do solo, pousio e queima dos restos culturais reduzem
populações de burrinhos e vaquinhas;· Inseticidas com ação de contato e
ingestão são em geral eficientes para controlar estes insetos.
11. Colheitas e pós-colheita
COLHEITA- Os
pimentões são colhidos manualmente, arrancando-se os frutos das plantas com os
pedúnculos. O horário ideal para a colheita é nas horas menos quentes do dia,
no início da manhã e no final da tarde. Quando não é possível colher tudo
nestes dois períodos, deve-se armazenar os frutos colhidos sempre a sombra, em
local arejado e fresco. A exposição direta ao sol aumenta a respiração e a
perda de água, resultando em murcha e deterioração dos frutos. Deve-se também
evitar a colheita de frutos molhados pela chuva ou orvalho porque tendem a
apodrecer mais rapidamente durante o transporte e a comercialização.
PÓS-COLHEITA- Os pimentões são frutos
tropicais e por esta razão as temperaturas entre 7ºC e 12ºC são as mais
indicadas para reduzir a respiração e outros processos fisiológicos. Os maiores
problemas dos pimentões destinadas ao consumo in natura são a rápida perda de
água dos frutos, que resulta em murcha mento, e a descoloração do pedúnculo,
que perde sua coloração verde característica. Estes dois problemas reduzem o
valor de mercado do produto e podem ser motivos de descarte na comercialização.
O armazenamento em temperaturas inferiores a 7ºC pode causar injúria por frio
(‘chilling’) nos frutos, formando lesões deprimidas. Para evitar a perda
acentuada de água, é recomendável deixar os frutos com o pedúnculo e associar a
refrigeração ao uso de embalagens plásticas, que mantêm a umidade elevada. No
caso de usar embalagens plásticas (sacos de polietileno, filme de PVC ou
caixinha tipo PET) e comercializar as pimentas em temperatura ambiente (23-26ºC),
deve-se fazer alguns furos nas embalagens para evitar a condensação de água no
seu interior ou sobre os frutos de pimenta. Nesta condição pode ocorrer o
desenvolvimento de fungos no pedúnculo e na superfície dos frutos após 2-3
dias, e comprometer a aparência dos frutos.
12. Conclusão
O pimentão tornou-se de grande importância
comercial no Brasil e no mundo, visto que esse cultivar se adapta com
facilidade a diferentes tipos de clima e pode ser cultivado tanto em estufa
como também no campo.
Além de ter um grande valor nutritivo e
grande aceitação na mesa do brasileiro, o pimentão tornou-se um dos cultivares
de maior pratica no país, sendo cultivado durante todo o ano onde o clima é
propício.
Com o
cultivas Califórnia Wonder, o grupo desenvolveu todo o processo de produção do
pimentão, bem como tratos culturais e colheita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário