sábado, 24 de novembro de 2012

Minhocultura

1.     Introdução

A criação de minhocas (minhocultura) é uma atividade recente e desconhecida do grande público. A exemplo dos demais países da América do Sul, ela teve início no Brasil no final de 1983. E desde então o comércio de minhocas vivas tem tido grande desenvolvimento no país.
Esta pesquisa abrange todo o processo de produção de minhocas em cativeiro, tendo noções básicas sobre a anatomia e fisiologia da minhoca, como também, condução da exploração e analise do mercado consumidor.

2.     Biologia

2.1Fisiologia e Anatomia

 As minhocas pertencem ao Filo annelida ( annelus, pequeno anel), do qual fazem parte os vermes segmentados, cujo corpo é alongado e composto de segmentos ou metâmeros em forma de anel , muito semelhantes uns aos outros e formados por nervos, músculos e órgãos dos aparelhos excretores, circulatório e reprodutor. Essa segmentação é externa e interna, como apêndices possuem pequenas cerdas quitinosas em forma de fios ou bastonetes muito finos.
Seu corpo é todo revestido por uma camada quitinosa sobre um epitélio que possui células sensitivas e glândulas celulares. O seu celoma (cavidade interna) é muito desenvolvido e dividido por septos.
Seu trato digestivo é tubular e completo, percorrendo todo o comprimento do seu corpo desde a boca até ao ânus. O sistema circulatório é do tipo fechado e possui vasos sanguíneos longitudinais que possuem ramos laterais em cada segmento. O seu plasma sanguíneo (sangue) possui hemoglobina dissolvida e amebócitos livres. Sua respiração é feita pela epiderme, ou seja, é cutânea. Seu sistema excretor é formado por um par de nefrídios existentes em cada segmento (anel), pelos quais os excrementos do celoma e da corrente sanguínea são expelidos para o exterior.
Seu sistema nervoso é formado por um par de gânglios cerebrais ligando-se a um cordão nervoso mediano ventral estendendo-se ao longo de todo o corpo. Possui ainda um gânglio e pares de nervos em cada segmento, ou seja, células e órgãos do tato, do paladar e da percepção da luz, pois as minhocas são cegas.
Quanto ao sexo, são hermafroditas incompletos, isto é, cada indivíduo possui os dois sexos (masculino e feminino normais), mas é necessário a união de duas minhocas para que haja fecundação e, em consequência, a reprodução.

 

 

3. Minhocultura

As minhocas tem uma longa história associada ao ser humano. Os egípcios, na época dos faraós, associavam a terra fértil aos processos de inundação do Rio Nilo e as atividades das minhocas. As utilizavam inclusive em cerimônias culturais. As minhocas foram lembradas também por Aristóteles, que as chamou de “intestinos da terra”. 

A exemplo dos demais países da América do Sul, ela teve início no final de 1983, com matrizes trazidas da Itália pelo Comendador Lino Morganti, para a sua propriedade em ltú (SP).
 Thomas Barret, considerado o "pai" da criação de minhocas em cativeiro, foi o primeiro a demonstrar a viabilidade de criá-las em larga escala, através de um sofisticado sistema de canteiros, na década de 40, nos EUA, daí ser esse país considerado a pátria da minhocultura.
A minhocultura é a única atividade agro-zootécnica que mensalmente dá ao produtor, colheitas de dois produtos: a minhoca (carne) propriamente dita e o seu húmus. A minhoca é mundialmente criada com as finalidades seguintes:
®    Pesca, como isca;
®    Composição de farinhas proteicas para diversos fins;
®    Indústria farmacêutica para fabricação de medicamentos;
®    Agricultura, recuperação de solos áridos;
®    Transformação de resíduos orgânicos industriais, ecologia;
®    Transformação de restos orgânicos agrícolas, sobras de culturas;
®    Transformação de restos urbanos: esgoto e lixo;
®    Alimentação animal, (minhoca viva ou em ração) para: aves, rãs, peixes, camarão, suínos, equinos, bovinos, etc.
®    Alimentação humana.
A minhocultura utiliza vermicompostagem, que é a utilização de minhocas no processamento de restos orgânicos (lixo doméstico, estercos, restos vegetais, etc.), transformando-os em adubo a ser utilizado no solo. O produto resultante é chamado de vermicomposto ou húmus de minhoca.
Por ser uma tecnologia de baixo custo, a vermicompostagem é adaptável à pequena produção. O interesse por essa técnica é observado tanto no meio rural quanto nas cidades, já que a atividade não exige muito espaço.

3.1 Reprodução

 As minhocas são hermafroditas, ou seja, o mesmo individuo tem dois órgãos sexuais, mas não se autofecundam. Precisam de outro parceiro para se reproduzir.
Ficam sexualmente maduras aos 40 dias de idade e reproduzem-se durante todo o ano. O acasalamento dura um período de uma a duas horas, as duas minhocas ficam fecundadas e põem de 1 a 20 ovos. A postura é feita de 5 em 5 dias, cada minhoca produz 500 filhotes por ano. E a capacidade reprodutiva dura a vida toda, tendo ela 10 anos de vida, o ovo fertilizado eclode com 28 dias.

 

3.2 Espécies Comerciais

Existem no mundo cerca de 4 mil espécies de minhocas terrestres, divididas em três grupos ecológicos: anécicas, endogeicas e epigeicas. Os primeiros grupos são formados por espécies que vivem em galerias verticais e em perfis mais profundos do solo, respectivamente. Por sua vez, as minhocas epigeicas são espécies que vivem mais próximas à superfície, alimentando-se basicamente de resíduos orgânicos, ingerindo grandes quantidades de materiais ainda não decompostos. Essas minhocas raramente abrem galerias no solo, uma vez que não possuem a anatomia indicada para tal função. Por essas peculiaridades ecológicas, as minhocas desse grupo são as mais indicadas para a criação racional em cativeiro.
Nesse contexto, existem poucas espécies de minhocas apropriadas para a minhocultura e cada qual possui características particulares. Dentre as características mais importantes para a escolha da espécie estão a capacidade em aceitar diferentes resíduos orgânicos, alto consumo do alimento oferecido, grande tolerância às variações ambientais, elevados índices de reprodução e fertilidade dos casulos, rápido crescimento e atingimento da maturidade sexual, grande resistência e sobrevivência ao peneiramento ou catação manual. Apenas 3 são cultivadas para fins comerciais.
a)      Eisenia Foetida: Popularmente conhecida como “Vermelha da Califórnia”, a mais utilizada para iniciantes e pequenos produtores.
b)      Lumbricus Rubellos: São encontradas nos montes de estercos.
c)      Eudrilhos Eugeniae: Que é a “Gigante Africana”, que esta em alta moda e tem excelente aceitação

4.     Criação

Deve ser um lugar fresco, sombreado, próximo a uma fonte de água potável, longe de barulho de máquinas, motores, curiosos etc. Quando mantidas em pouco espaço, sem alimentação, com falta ou excesso de água, as minhocas fogem ou cometem suicídio coletivo, enovelando-se todas num conto.
 A criação pode ser feita em tanques, canteiros de tijolos ou mesmo caixas ecológicas, fabricadas com dimensões variáveis e materiais também variáveis.
Em Canteiro
 De tijolos ou pré-moldados de concreto, 1 m de largura por 30 cm de altura. Deve-se revestir o fundo com brita para escoar o excesso de água da chuva. Um canteiro deve ser exclusivo para as matrizes.
 Em Tanques
Devem ser construídos com 1.00m de largura por 60.0 cm de profundidade por 10.00m de comprimento espaçado um do outro por pelo menos 2.00m para permitir a passagem de carrinho de mão para abastecimento ou coleta do húmus. Para grandes criadores estas medidas podem ser ampliadas. O material de construção dos tanques pode ser de alvenaria, cerca trançada, tela  de arame, pneus velhos.
Cobertura
 Um telhado baixo de sapé, papelão plastificado ou telhas seria o ideal.
Caixa-d’água - Fundamental, se não houver lago, açude ou qualquer outra fonte de água na propriedade. Isso porque cada 100 metros lineares de canteiro consomem, por semana, em torno de 5.000 litros.

4.1 Manejo

Pronto o serviço, devemos encher o canteiro com esterco bem curtido. Este esterco deve ser bem lavado com água, para eliminar a urina, multo ácida e prejudicial a elas. No dia seguinte, molhamos o esterco com um esguicho ou regador e colocamos as minhocas, na proporção de 1 litro para cada canteiro de 1m de largura p6r 4m de comprimento, quando da vermelha da Califórnia ou 2 litros quando das espécies nacionais.
Quando usamos esterco, o húmus fica pronto em 45 a 50 dias, mas, quando usamos materiais orgânicos (restos, folhas, lixos etc.), há necessidade de 90 dias para que o composto fique pronto. Segundo Morganti, o maior criador de minhocas, do Brasil, a vermelha da Califórnia transforma o esterco em húmus mais rapidamente, mas as nacionais têm maior capacidade para transformar as matérias orgânicas. A única desvantagem das nossas minhocas é que elas são menos prolíficas.
 A umidade nos canteiros é importante, devendo ser de 35 50% para as minhocas e de 40 a 45% para os minhocuçús. Na prática, podemos verificar o grau de umidade do composto ou esterco em que estão as minhocas.  Para isso, pegamos um punhado da massa na mão e apertamos: se não houver nenhum sinal de água ou de umidade, é porque a massa está seca demais; se houver sinal de umidade, saindo algumas gotas, é porque está boa e se escorrer água, entre nossos dedos, é porque há umidade em excesso. Para que os canteiros mantenham a umidade desejada e também uma temperatura mais constante, de 18 a 2000, de preferência, devemos fazer uma cobertura de sapé ou qualquer outra palha, sobre os canteiros.
Em tanques devem ser regados todos os dias até atingir uma umidade constante em torno de 30% (pressionar uma porção de esterco molhado cerrando o punho, se migrar água por entre os dedos é sinal de umidade em torno de 30%). A temperatura também deve estar estabilizada aproximadamente em 28C. Com o auxílio de um termômetro caseiro pode-se controlar a temperatura (com um graveto de diâmetro de um lápis, introduzir no canteiro e no orifício colocar o termômetro). Estabilizadas temperatura e umidade, inocular as minhocas. Não é necessário enterra-las. Elas fazem isso por si só. A inoculação deve ser feita pela manhã cedo ou ao entardecer.

 Cuidados com Predadores

As minhocas não são inimigas naturais de qualquer outro animal. No entanto, por serem constituídas praticamente, de águas e proteína são apetitosas para uma quantidade muito grande de inimigos naturais, dentre eles citamos: galinhas, porcos, ratos, cães, pássaros carnívoros, lagartixas, rãs, sapos e obviamente o homem. Todos esses inimigos naturais devem ser evitados porquanto se queira uma boa criação de minhocas. Uma cobertura com tela de arame ou uma camada espessa de palhas de coqueiro ou ramos de árvores protege o minhocário contra os invasores. 

4.1Matéria prima

Todo produto orgânico, seja de origem vegetal ou animal, bioestabilizado ou semicurado, como é conhecido, livre, portanto de fermentação, constitui-se uma matéria prima para a criação de minhocas. Na minhocultura devemos ter sempre em mente que tudo produto orgânico usado como substrato para se criar um ambiente favorável às minhocas, deve servir de alimento a elas próprias. O esterco animal, quando aplicado às técnicas da minhocultura, serve como alimento de minhocas para que se possa iniciar uma produção de adubo orgânico, o húmus de minhoca.
Segundo Afrânio Augusto Guimarães, zootecnista especializado no assunto, “é uma cultura que oferece aos criadores de gado uma forma de incrementar seus lucros, uma vez que o húmus não é o único produto da minhocultura”, explica. Também pode ser usados restos de culturas, jardins, hortifrutigranjeiros, resíduos agroindustriais, laticínios, alimentares, têxteis, lodo de esgoto doméstico; lodo de esgoto urbano, lixo domiciliar ou de condomínios fechados, lixo de usina urbana.
No que se refere à utilização de matéria-prima, é importante ter conhecimento de que para cada substrato ou esterco corresponde uma qualidade ou quantidade de húmus e que antes de sua utilização, assim como para com os restos vegetais, é fundamental proceder a sua preparação.
Não podendo esquecer que a minhocultura é uma atividade zootécnica como outra qualquer e que a minhoca a exemplo de outros animais, requer em sua alimentação vitaminas e sais minerais, indispensáveis à sua saúde e desenvolvimento. Quanto mais rica for à matéria orgânica fornecida às minhocas, maiores serão as possibilidades de sucesso econômico de sua criação.

4.2Matrizes    

Selecionam-se minhocas recém-chegadas à puberdade e, portanto, com maior tempo de prolificidade. Nestas condições, as matrizes já possuem o clitelo - anel diferenciado que indica a aptidão reprodutiva - mas não alcançaram o comprimento máximo. Numa mesma espécie, minhocas maiores são minhocas mais velhas e, por isso, sem a melhor eficiência reprodutiva.
 Para eventual transporte, as matrizes são selecionadas com o tubo digestivo preenchido, antes de serem purificadas, pesadas e embaladas no substrato semissintético para transporte. A redução no consumo devido às condições adversas da viagem inevitavelmente emagrece as minhocas. A recuperação, entretanto, é imediata após a inoculação num bom substrato.

4.3 Povoamento

Coloque 1 litro de minhoca (cerca de 1.500 minhocas) por cada metro quadrado. As minhocas devem se colocadas livremente na superfície das leiras, tanques ou canteiros (pela manhã preferencialmente) sendo depois cobertas (com palha, tela ou rede sombra) de modo a evitar a sua fuga.
Instaladas as matrizes, é necessário o manejo diário (cuidados), observando-se as condições ideais para uma reprodução eficiente, crescimento sadio e adequado, e a transformação em húmus aceleradamente.
Para que isso ocorra, verifique e mantenha as seguintes condições no canteiro, a "casa" das minhocas: PH = 7,0; Temperatura = entre 17 e 22 CC. Umidade = entre 80 a 85%; Aeração = intensa.
Condições ideais a serem observadas numa "casa" de minhocas.
Em qualquer criatório, mesmo pequeno, deve-se ter o cuidado de fazer, diariamente, anotações com o objetivo de evitar perdas de dados e números, pois somente assim poder-se-á tirar maior proveito das experiências adquiridas. Nos métodos convencionais, inicialmente, os criadores são capazes de produzir de 200 a 250 kg de húmus e 1 kg de minhocas por metro quadrado a cada 45 dias, enquanto os produtores internacionais citam como média a produção de 4 kg de minhocas/m2 e de 400 kg/ m2 de húmus/mês.

4.4 Colheitas das Minhocas

A colheita das minhocas é, portanto, um dos fatores mais importantes na sua produtividade e na produção do minhocário e deve ser feita nos períodos mais frescos do dia, de preferência até às 10 horas da manhã ou depois das 16 ou 17 horas.
As minhocas adultas coletadas devem ser retiradas do seu canteiro e colocadas em outro canteiro, cuja área deve ter, no mínimo, o dobro da superfície do canteiro inicial, pois o número de minhocas será de, pelo menos, o dobro do seu número inicial.
A cada 45 dias, poderemos duplicar as áreas dos canteiros, devido à grande prolificidade das minhocas. As áreas em volta dos canteiros devem ser mantidas sempre limpas, evitando o acúmulo de detritos e de vegetação, pois isso atrai os inimigos das minhocas, facilita a sua existência e aumenta as suas possibilidades de atacar o canteiro.
Existem alguns métodos para que façamos uma colheita racional das minhocas, com eficiência e de maneira prática. Entre eles, temos os seguintes:
Ø   Colheita para pequenas criações;
Ø   Colheita com a mão;
Ø   Sacos de migração;
Ø  Colheita direta no canteiro;
Ø  Método da mesa;
Ø  Peneiras manuais;
Ø  Colheita mecanizada e
Ø  Peneiras motorizadas.

4.5 Colheita do Húmus


O húmus de minhoca é um produto resultante da decomposição total da matéria orgânica, sendo o mais completo que existe. A matéria orgânica humificada, no caso o vermicomposto, tem um aspecto de pó de café, sem cheiro, e que fica depositado na superfície da massa. É  um fertilizante excepcional apresentando teores elevados de macro-nutrientes (Nitrogênio, fósforo, Potássio, etc.) e micro-nutrientes (Ferro, Zinco,  etc.). Além disso, apresenta uma rica e diversificada flora microbiana.
Um solo com húmus contém:
Ø  Cinco vezes mais nitrogênio
Ø  Duas vezes e meia mais magnésio
Ø  Sete vezes mais fósforo assimilável
Ø  Onze vezes mais potássio cambiável
Além de disponibilizar prontamente os nutrientes às plantas, protege-as contra doenças, não carrega formas propagadoras de ervas daninhas, melhora a aeração da terra, aumenta o poder de retenção de umidade nos vasos, jardins, pomar e horta, deixando os vegetais sempre muito vigorosos.
Dependendo da população inicial de minhocas e da condução do canteiro, dentro de 30 dias, este poderá ser descarregado e o seu húmus peneirado. Para fazer a retirada das minhocas existem alguns processos como peneiras manuais, peneiras mecânicas, retirada manual das minhocas do canteiro, colocação de iscas com esterco novo, etc. Cada minhocário irá procurar a maneira mais conveniente a sua instalação.

5.     Mercado e Mão de Obra

A mão de obra é relativamente muito pouca e irá depender do tamanho da instalação. Como exemplo, 30 metros de canteiro, normalmente ocupará 8 horas de trabalho por semana de uma pessoa. No mercado, a tonelada custa entre R$250 a R$300, mas, quando vendido a granel, esse valor por tonelada chega a dobrar, pois pode ser comercializado em sacos plásticos, em menor quantidade, aumentando ainda mais a rentabilidade e a venda do produto. No sistema tradicional de minhocultura, a separação entre húmus e minhocas leva a perda de muitos anelídeos, uma vez que essa separação é feita através de uma peneira que acaba matando uma boa parte desses animais e causando, assim, prejuízos ao criador. Um médio ou pequeno produtor provavelmente irá vender seu húmus em sacos de 50, 20 ou 2 quilos. O preço varia conforme a região do Brasil.

6. Conclusão

Com os baixos custos de produção a criação de minhocas tornou-se um negocio lucrativo.  A minhocultura é a única atividade agro-zootécnica que mensalmente dá ao produtor, colheitas de dois produtos: a minhoca (carne) propriamente dita e o seu húmus.
A minhoca (carne) é muito utilizada na pesca, como isca, na composição de farinhas proteicas e para diversos outros fins.
Já matéria orgânica humificada, no caso o vermicomposto, é de grande importância para a fertilidade de nossos solos e, consequentemente, para a produtividade agrícola, porque ela atua nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
Chega-se a conclusão que a minhocultura, tanto para melhoria do solo quanto para isca, gera uma margem de lucro significativa, e com apenas um pouco de trabalho e um baixo custo de manutenção pode-se ter uma fazenda de minhocas com grande produção.

7. Bibliografia

Todos os sites de referência foram acessados entre junho e julho de 2011:
v  Criação de Minhocas- Guia Prático: Por Marcos Cesar Migdalski Editora Aprenda Fácil;
v  INFOBIBOB- Informações Tecnológicas: Por: Gustavo Schiedeck possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de Passo Fundo (1992), mestrado em Fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1996) e doutorado em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas (2002). Atualmente é pesquisador na Embrapa Clima Temperado e lotado na Estação Experimental Cascata.
 (http://www.infobibos.com/Artigos/2010_4/minhocultura/index.htm)
v  Anatomia e Fisiologia
(http://www.petshopnet.com.br/old/anatomia_fisiologia_minhoca.htm)
v  Agropecuária e Agroecologia
(http://tecnicoemagropecuaria.blogspot.com/2008/09/minhocultura_10.html)
v  Minhoca Enciclopédia:
(http://www.agrov.com/animais/peq_ani/minhoca.htm)
v  Portal da minhoca
(http://www.minhobox.com.br/loja/produtos/loja-modulo1.php)
v  Produção de Húmus e Implantação de minhocário
(http://www.humuseminhocas.com.br/)
v  Minhocultura: Por Ângelo Artur Martinez é engenheiro agrônomo formado na Escola Superior de Agronomia - "Luiz de Queiroz" ESALQ-USP em 1963, como funcionário da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI foi um dos responsáveis pelo projeto de implantação e consolidação da exploração comercial da cultura da Seringueira, Hevea brasiliensis Muel. Arg. no Estado de São Paulo.
( http://www.infobibos.com/artigos/2006_2/minhocultura/index.html) 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Pimentão

1. Introdução


Nesse trabalho apresente-se as principais características do pimentão, bem como seu histórico, seus tratos culturais e aspectos socioeconômicos.
Como um vegetal do gênero Capsicum, seu sabor é semelhante ao das pimentas, mas sem a ardência delas.
É muito utilizado na culinária de todo o mundo, em saladas, assados, cozidos, na preparação de molhos para carnes e diversos tipos de pratos.

2. Histórico

Originária da América do Sul, as plantas de pimentão foram encontradas a cerca de 7 mil anos atrás. Espanhóis e portugueses se incumbiram de espalha-las no continente europeu e em outras partes da América e, por ser um vegetal versátil e adaptável a diversos climas, o cultivo se expandiu rapidamente em todo o Mundo.
O pimentão é uma boa fonte de vitamina C (o verde) e de vitamina A (o vermelho). Além disso, tem cálcio, fósforo, ferro e sódio em pequena quantidade. Como todo legume, não tem muitas calorias, pois é pobre em hidratos de carbono e proteínas. Também se caracteriza por ter substâncias aromáticas que nem sempre são bem aceitas por pessoas que têm problemas digestivos.
O pimentão também se adaptou bem a diversas cozinhas: é bastante usado na culinária brasileira e portuguesa, na italiana e na mexicana. Na Europa, é seco para dar origem à páprica, um condimento muito usado em cozidos típicos do leste europeu, como o húngaro Goulash.

3. Aspectos socioeconômicos

Atualmente, a China e a Índia têm mais de 1.000.000 hectares cultivados com Capsicum, e os tailandeses e os coreanos-do-sul, tidos como os maiores consumidores de pimenta do mundo, comem de 5 a 8 gramas por pessoa/dia.
O cultivo de pimentas ocorre praticamente em todas as regiões do país e é um dos melhores exemplos de agricultura familiar e de integração pequeno agricultor-agroindústria. Os pimentões, além de serem consumidos frescos, podem ser processados e utilizados em diversas linhas de produtos na indústria de alimentos. A área anual cultivada é de cerca de dois mil ha e os principais estados produtores são Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Ceará e Rio Grande do Sul. A produtividade média depende do tipo de pimenta cultivada, variando de 10 a 30 t/ha. A crescente demanda do mercado, estimado em 80 milhões de reais ao ano, tem impulsionado o aumento da área cultivada e o estabelecimento de agroindústrias, tornando o agronegócio de pimentas (doces e picantes) um dos mais importantes do país. Além do mercado interno, parte da produção brasileira de pimentas é exportada em diferentes formas, como páprica, pasta, desidratada e conservas ornamentais.

4. Exigências edafoclimáticas

4.1 Solo

Os solos utilizados para o cultivo de pimenta devem ser profundos, leves, drenados (com bom escoamento de água, não sujeitos a encharcamento), preferencialmente férteis, com pH entre 5,5 a 7,0. Devem ser evitados solos salinos ou com elevada salinidade, uma vez que as pimentas, assim como pimentão, são moderadamente sensíveis. Altas concentrações de sais no solo podem ser de origem natural ou resultante do uso excessivo de fertilizantes, localização inadequada de fertilizantes ou ainda do uso de água de irrigação com altas concentrações de sais. A salinidade do solo, medida por meio da condutividade elétrica produzida por sais solúveis do solo a 25oC, deve estar abaixo de 3,5 cS/m de condutividade elétrica, pois a partir deste valor a produtividade começa a diminuir.
Do ponto de vista sanitário, recomenda-se que sejam evitadas áreas que tenham sido cultivadas nos últimos 3-4 anos com outras plantas da família das Solanáceas (como batata, tomate, berinjela, pimenta, jiló, fumo, Physalis) ou Cucurbitáceas (como abóbora, moranga, pepino, melão e melancia). Áreas com cultivos anteriores de gramíneas (milho, sorgo, arroz, trigo, aveia), leguminosas (feijão, soja) ou aliáceas (cebola, alho), são as mais indicadas.

4.2 Clima

O pimentão é uma planta exigente em temperatura, sobretudo se a variedade é de polpa grossa. A ideal para a germinação se situa em volta de 25°C. A planta tem um desenvolvimento adequado com temperaturas entre 20 e25°C; O desenvolvimento é deficiente quando a temperatura baixa de 15°C e, nulo com as temperaturas inferiores a 10°C.
A temperatura ideal para floração e frutificação situa-se entre 20 e 25°C, temperaturas superiores a 35°C comprometem a floração e a frutificação provocando o aborto e a queda das flores, sobretudo se o ambiente é seco e pouco luminoso. Daí a vantagem de se escolher um híbrido adaptado ao nosso clima tropical.
Temperaturas inferiores a 8-10°C reduzem a qualidade dos frutos, dado que estas favorecem a formação de frutos partenocárpicos, que com poucas, ou nenhuma semente, ficam deformados e sem valor comercial. A umidade relativa adequada se situa entre 50 e 70%. A umidade baixa combinada com altas temperaturas pode provocar a queda das flores.

5. Botânica

5.1 Classificações

Nome Técnico: Capsicuum anuum
Nomes Populares: Pimentão             Família: Angiospermae-Ssolanaceae
Planta herbácea de caule também herbáceo, folhas ovais acuminas de cor verde escura. Flores brancas seguidas de frutos carnosos e ocos com muitas sementes.

O nome é o mesmo das pimentas, mas o pimentão não é ardido como aquelas. Tem alto valor nutritivo em vitaminas A e C, além de cálcio, fósforo e ferro. Inúmeras variedades existem para cultivo no mercado, citamos dentre eles Magda, Avelar e Yoko Wonder.

5.2 Características da planta: 

Planta arbustiva, semiperene, mas cultivada como planta anual. Apresenta folhas de coloração verde-escura e com formato oval-lanceolado. Os frutos são do tipo baga, com formato que varia de cúbico a piramidal e se encontram, geralmente, em posição, geralmente, em posição pendente.

5.3 Características da flor: 

As flores são hermafroditas e localizam-se isoladamente nas axilas das folhas, sobre pedúnculos curtos. São pequenas, ao redor de 1 cm de diâmetro, e possuem pétalas brancas.

6. Variedades

 

 O pimentão (Capsicum annuum L) apresenta grande diversidade de colorações, formatos, tamanhos e pungência (sensação de ardor). As denominações mais comuns se referem à sua coloração:  verde, vermelho e amarelo, seguidos por laranja, creme e roxo. Encontramos pimentões nos formatos cônico, semi-cônico, retangular e quadrado. A sensação de ardor presente nas pimentas é menos perceptível nos pimentões devido à menor quantidade de Capsaicina. 
A variedade cultivada pelos alunos no primeiro modulo de curso pelos alunos, é a Califórnia Wonder. Este é um pimentão popular, de origem Norte Americano, produz bem em climas frios.

7. Manejo e produção de mudas (Propagação)

EM BANDEJAS DE ISOPOR - A produção de mudas em bandejas deve ser feita em ambiente protegido, telado. A técnica mais recomendável para se produzir mudas é de semeio em bandejas de isopor de 128 células, preenchidas com substrato comercial ou preparado na propriedade, colocando uma semente por célula. Caso haja comprometimento da germinação, o ideal é aumentar o semeio para três sementes / célula, procedendo-se a um desbaste posteriormente, se necessário, através do corte com tesoura, rente ao colo das mudas menos vigorosas quando estas apresentam pelo menos duas folhas definitivas. O arranque das mudas germinadas em excesso não é recomendado pelo risco de comprometer o sistema radicular da muda remanescente na célula.
As bandejas devem ser colocadas em suportes tipo bancada, formada por tela de arame ou somente por fios de arame a 0,60-0,70 m do solo, a fim de que haja luz na parte inferior da bandeja . Este cuidado impede o desenvolvimento das raízes por baixo da bandeja, o que facilita a retirada das mudas por ocasião do transplante, evita injúrias às raízes novas e não cria condições para infecção das mesmas por fungos e bactérias do solo.
As irrigações (duas vezes por dia, no máximo) deverão ocorrer nas horas de temperaturas mais amenas, ou seja, no início da manhã e final da tarde, utilizando-se água fresca e em quantidade suficiente para que se verifique apenas o início da drenagem (gotejamento) na parte inferior da bandeja. O cuidado nas irrigações é fundamental para obter mudas de boa qualidade. Em caso de necessidade, deve ser feita uma adubação foliar após o desbaste, pulverizando-se as mudas com uma solução de adubo foliar com uma formulação de macro + micronutrientes. Deve-se evitar o excesso de nitrogênio para não favorecer a proliferação de doenças fúngicas nos tecidos foliares.
EM SEMENTEIRAS - As sementeiras devem ser preparadas com revolvimento da terra, destorroa mento e correção da fertilidade com base na análise química do solo. Os canteiros devem ter de 1,0 a 1,2 m de largura, 0,20 a 0,25 m de altura e comprimento de acordo com a necessidade de mudas. As sementes devem ser distribuídas uniformemente em sulcos transversais ao canteiro, distanciados 0,10 m um do outro e com 1,5 a 2,0 cm de abertura e 1,0 a 1,5 cm de profundidade. Gastam-se de 3 a 5 gramas de sementes por metro quadrado de sementeira. Após a distribuição, as sementes devem ser cobertas com terra do sulco. A colocação de uma cobertura com saco de aniagem sobre o canteiro evita que o impacto das gotas da água de irrigação ou de chuva desenterre ou afunde as sementes, prejudicando a germinação ou a emergência. O número de sementes é de aproximadamente 200 por grama. A área da sementeira deve ser calculada com base na área que será plantada e no espaçamento a ser utilizado.
COMPRA DE MUDAS - Atualmente é possível adquirir mudas ou contratar a produção das mesmas com profissionais que se dedicam a esta atividade. Este sistema é recomendado para cultivo em áreas maiores e apresenta como principais vantagens a rapidez na obtenção das mudas, assim como a boa qualidade das mesmas. O produtor pode fornecer ao viveirista suas próprias sementes ou indicar a cultivar ou variedade e adquirir as sementes no mercado

8. Implantação

8.1 Preparo da área

O preparo consiste de limpeza da área, aração a uma profundidade de 30 cm, seguida de gradagem de nivelamento. Logo após a primeira gradagem faz-se a calagem de acordo com a análise de solo. Uma segunda gradagem é feita para incorporar o calcário ao solo e adequá-lo a sulcagem. O plantio pode ser feito em canteiros, mas o mais comum é o plantio em sulcos, que devem ter 30 a 40 cm de largura e 20 a 25 cm de profundidade. A distância entre os sulcos deve ser de 80 cm e devem ter uma declividade de 0,2% a 0,5% para facilitar o escoamento da água sem causar erosão. Após a incorporação de matéria orgânica (uma semana antes do plantio) e dos fertilizantes (um dia antes do plantio), o sulco ficará com a forma de ‘U’.
Em épocas chuvosas, recomenda-se a construção de canteiros com 20-25 cm de altura e 0,8-1,0 m de largura, para facilitar a drenagem e reduzir riscos de contaminação com murcha-de-fitóftora (Phytophhtora capsici). Se o plantio for feito em uma área pequena, os canteiros podem ser levantados com o auxílio de uma enxada.

8.2 Preparo do solo

Logo após a primeira gradagem faz-se a calagem de acordo com a análise de solo. Uma segunda gradagem é feita para incorporar o calcário ao solo e adequá-lo a sulcagem.
Em épocas chuvosas, recomenda-se a construção de canteiros com 20-25 cm de altura e 0,8-1,0 m de largura, para facilitar a drenagem e reduzir riscos de contaminação com murcha-de-fitóftora (Phytophhtora capsici). Se o plantio for feito em uma área pequena, os canteiros podem ser levantados com o auxílio de uma enxada.
A dose de calcário a ser aplicada, caso seja necessário, pode ser calculada com base na elevação da saturação de bases de um valor considerado adequado para cada lavoura. Para o cálculo é necessário que se tenha em mãos os resultados da análise e o valor de saturação de bases indicado para a espécie vegetal em questão. Adota-se a seguinte fórmula:
Dose de calcário (t ha-1) = (V2 - V1)T/PRNT
Onde V2 é a saturação por bases desejada (70% a 80% para a pimenteira), V1 é a saturação de bases atual do solo [(Ca+2 + Mg+2 + K+) x 100/T], T é a capacidade de troca de cátions potencial do solo [Ca+2 + Mg+2 + K + (H+Al)], e PRNT = poder relativo de neutralização total do calcário a ser aplicado.
 ADUBAÇÃO- A quantidade de adubo a ser aplicada é determinada com base na análise química do solo e nos boletins-aproximação de cada região. Como na maioria destes boletins não existem recomendações para a cultura da pimenta, utiliza-se a recomendação feita para o pimentão.
Aplicar calcário para elevar a saturação de bases a 80% e o teor mínimo de magnésio a 8 mol/dm3. Em situações onde é muito difícil fazer a análise química do solo, existem algumas aproximações que auxiliam o produtor quanto às quantidades e tipos de adubos a serem utilizados. Porém, o produtor terá maiores chances de acerto fazendo a análise química anual de solo 2-3 meses antes da calagem. A quantidade de fertilizantes indicada deverá ser distribuída uniformemente no sulco ou no canteiro, revolvendo bem o solo a uma profundidade de aproximadamente 30 centímetros para que ocorra uma boa incorporação.
8.3 Plantio
O plantio pode ser feito em canteiros, mas o mais comum é o plantio em sulcos, que devem ter 30 a 40 cm de largura e 20 a 25 cm de profundidade. A distância entre os sulcos deve ser de 80 cm e devem ter uma declividade de 0,2% a 0,5% para facilitar o escoamento da água sem causar erosão. Após a incorporação de matéria orgânica (uma semana antes do plantio) e dos fertilizantes (um dia antes do plantio), o sulco ficará com a forma de ‘U’.
Em épocas chuvosas, recomenda-se a construção de canteiros com 20-25 cm de altura e 0,8-1,0 m de largura, para facilitar a drenagem e reduzir riscos de contaminação com murcha-de-fitóftora (Phytophhtora capsici). Se o plantio for feito em uma área pequena, os canteiros podem ser levantados com o auxílio de uma enxada.
No caso de semeio direto no campo, vai da semeadura até as plantas atingirem 4 a 6 folhas definitivas. Para o plantio por mudas, este estádio ocorre 5 a 10 dias após o transplante. A deficiência de água pode prejudicar a germinação de sementes e o pegamento de mudas, comprometendo o estande e a produtividade. Irrigações em excesso, tanto neste quanto nos estádios subsequentes, favorecem a maior incidência de doenças de solo.

8.4 Espaçamento

Em sulcos, que devem ter 30 a 40 cm de largura e 20 a 25 cm de profundidade. A distância entre os sulcos deve ser de 80 cm e devem ter uma declividade de 0,2% a 0,5% para facilitar o escoamento da água sem causar erosão.

8.5 Tratos culturais

 Durante o ciclo devem ser realizadas várias práticas culturais, tais como irrigação, manejo de plantas invasoras, de insetos pragas e patógenos, adubação de cobertura, desbrota, tutoramento e ‘mulching’.
As plantas de pimentão são tutoradas tanto no sistema de cultivo protegido como em campo aberto. As hastes lenhosas da maioria dos tipos de pimenta dispensam tutoramento e desbrota. Entretanto, caso apareçam brotações na haste principal abaixo da primeira bifurcação, elas podem ser retiradas. Em locais de ventos fortes, pode ocorrer a necessidade de se fazer tutoramento da planta (colocando-se uma estaca de madeira ou bambu junto à planta) ou o plantio de quebra-vento em voltado campo (capim-elefante, milho, cana-de-açúcar).
Para se evitar o aparecimento de plantas invasoras, a ocorrência de doenças de solo, manter a temperatura do solo e reduzir a evaporação da água do solo, pode-se colocar um filme de plástico de cor negra (‘mulching’) ou dupla-face, ou seja, negro de um lado e branco e outro. Neste caso, o lado branco deve ficar para cima para refletir a radiação, e assim evitar o aquecimento do solo. A colocação do filme pode ser feita antes ou após o transplante.

9. Manejos da floração (Indução Floral)

O estádio reprodutivo é o mais crítico em relação à deficiência de água, especialmente durante o florescimento e pegamento de fruto. A deficiência de água favorece a queda de flores e o abortamento de frutos, além de reduzir o tamanho de fruto e favorecer a ocorrência de podridão apical. Irrigações excessivas, em solos com drenagem deficiente, prejudica a aeração do solo e favorece doenças, comprometendo a produtividade e aspectos qualitativos dos frutos. Irrigações frequentes por aspersão devem ser evitadas em condições onde a podridão de frutos e doenças foliares são problemáticas.

10. Pragas, doenças e controle

10.1 Doenças

 Para que as doenças sejam bem controladas é necessário que a cultura seja bem conduzida, ou seja, que a planta não esteja sujeita a estresses provocados por fatores diversos, tais como época de plantio desfavorável, adubação desbalanceada, ferimentos nas plantas, competição com plantas daninhas e o uso de cultivares não adaptadas ao clima. Dentre estes fatores, deve ser dada atenção especial ao tipo de solo e modo de irrigação. Plantas de pimenta são muito sensíveis a solos encharcados e morrem prematuramente por esta causa. O controle de doenças de plantas é, mais que tudo, ‘medicina preventiva’, ou seja, a estrita observação de medidas que devem ser adotadas antes mesmo do plantio.

10.1.1 Antracnose (Colletrotrichum spp.)

 Sua importância é reconhecida quase que exclusivamente pelas lesões que provoca em frutos, em campo ou após a colheita. É mais problemática em cultivos de verão, quando ocorrem temperatura e umidade altas. O patógeno é disseminado por sementes infectadas e por respingos de água de chuva ou irrigação. A doença se inicia como pequenas áreas redondas e deprimidas, que crescem rapidamente e podem atingir todo fruto. Sob alta umidade, o centro das lesões fica recoberto por uma camada cor-de-rosa, formada por esporos do fungo. Os frutos atacados não caem e as lesões permanecem firmes, a não ser que haja invasão de organismos secundários que aceleram a sua deterioração.
Controle- Fazer o plantio menos adensado em época favorável à doença, para permitir melhor ventilação entre as plantas;· Fazer um manejo adequado da irrigação, evitando excesso de água. A irrigação por gotejamento, por não provocar o molhamento da parte aérea, reduz drasticamente a chance de aparecimento da doença;· Pulverizar preventivamente a cultura no início de frutificação com fungicidas registrados;· Destruir os restos culturais imediatamente após a última colheita;· Fazer rotação de culturas, de preferência com gramíneas.

10.1.2 Oídio - Oidiopsis taurica 

Ataca com maior intensidade os cultivos irrigados por gotejamento. Inicialmente, são observadas manchas cloróticas na superfície superior das folhas. Sob condições favoráveis à doença, estas manchas tornam-se necróticas ou com muitas pontuações negras, com formato pouco definido. A superfície inferior da folha fica recoberta com estruturas esbranquiçadas do fungo, podendo levar a uma clorose geral da folha. Entretanto, pode ocorrer clorose e necrose sem que se perceba claramente o ‘pó branco’, dificultando o diagnóstico da doença. Folhas muito atacadas podem cair, e os frutos não são atacados pela doença.
Controle- Evitar plantar nas proximidades de plantas velhas de pimentão ou tomate;· Adubar corretamente as plantas, de acordo com análise do solo;· Fazer irrigação por aspersão, levando-se em conta que esta técnica pode intensificar o ataque de outras doenças;· Pulverizar preventivamente com fungicidas registrados;· Destruir os restos culturais logo após a última colheita.
PRAGAS- As populações de insetos causam danos diretos ou indiretos às plantas quando fatores climáticos ou condições específicas do agroecossistema favorecem o crescimento destas populações, e aí sim, elas passam a causar danos econômicos que, para serem evitados, necessitam do uso de medidas de controle. A forma mais eficiente e econômica de prevenir os danos causados por insetos e ácaros é através do monitoramento da cultura, de modo que as populações possam ser detectadas no seu início.

10.1.3 Pulgões - Myzus persicae e Macrosiphum euphobiae 

O pulgão verde M. persicae apresenta geralmente cor verde-clara quase transparente, havendo formas roxas ou amareladas. O abdômen e tórax têm aproximadamente a mesma largura até a base dos cornículos, que são ligeiramente mais largos na sua metade apical, enquanto a cauda é pequena.
Controle- Não se recomenda a utilização de inseticidas para o controle dos vetores do vírus do mosaico do pimentão, por ser absolutamente ineficiente para prevenir a disseminação da moléstia, uma vez que os pulgões transmitem o vírus com uma simples picada de prova;· Preparar as mudas em viveiros protegidos por telas contra pulgões é a melhor garantia de redução de perdas na produção causadas por viroses.

10.1.4 Vaquinha - Diabrotica speciosa

 Os adultos têm 5-7 mm de comprimento, corpo ovalado e coloração geral verde brilhante, mostrando três manchas amarelo-alaranjadas em cada élitro. As fêmeas fazem a postura no solo, próximo ao caule das plantas. As larvas são brancas e possuem no dorso do último segmento abdominal uma placa quitinosa de cor marrom ou preta. Os danos causados pelas larvas às raízes de pimenteira são em geral pouco importantes. Os adultos, contudo, podem produzir injúrias sérias quando se alimentam das folhas, principalmente em plantas nas sementeiras ou recém-transplantadas para o campo.

10.1.5 Burrinho - Epicauta suturalis 

Os adultos são besouros polífagos, negros, revestidos de densa pilosidade cinza na cabeça, élitros e patas, medindo 8-17 mm de comprimento. As fêmeas ovipositam geralmente no solo, podendo alcançar 400-500 ovos durante sua existência. Os ovos eclodem após 10 dias, e deles originam-se larvas que são ativas, fortes e predadoras de outros insetos. O adulto é a única fase desta espécie que é prejudicial às plantas, porque se alimenta das folhas, ramos tenros e brotações da pimenteira e outras solanáceas.
Controle- Práticas culturais como rotação de culturas, aração e gradagem do solo, pousio e queima dos restos culturais reduzem populações de burrinhos e vaquinhas;· Inseticidas com ação de contato e ingestão são em geral eficientes para controlar estes insetos.

11. Colheitas e pós-colheita

COLHEITA- Os pimentões são colhidos manualmente, arrancando-se os frutos das plantas com os pedúnculos. O horário ideal para a colheita é nas horas menos quentes do dia, no início da manhã e no final da tarde. Quando não é possível colher tudo nestes dois períodos, deve-se armazenar os frutos colhidos sempre a sombra, em local arejado e fresco. A exposição direta ao sol aumenta a respiração e a perda de água, resultando em murcha e deterioração dos frutos. Deve-se também evitar a colheita de frutos molhados pela chuva ou orvalho porque tendem a apodrecer mais rapidamente durante o transporte e a comercialização.
PÓS-COLHEITA- Os pimentões são frutos tropicais e por esta razão as temperaturas entre 7ºC e 12ºC são as mais indicadas para reduzir a respiração e outros processos fisiológicos. Os maiores problemas dos pimentões destinadas ao consumo in natura são a rápida perda de água dos frutos, que resulta em murcha mento, e a descoloração do pedúnculo, que perde sua coloração verde característica. Estes dois problemas reduzem o valor de mercado do produto e podem ser motivos de descarte na comercialização. O armazenamento em temperaturas inferiores a 7ºC pode causar injúria por frio (‘chilling’) nos frutos, formando lesões deprimidas. Para evitar a perda acentuada de água, é recomendável deixar os frutos com o pedúnculo e associar a refrigeração ao uso de embalagens plásticas, que mantêm a umidade elevada. No caso de usar embalagens plásticas (sacos de polietileno, filme de PVC ou caixinha tipo PET) e comercializar as pimentas em temperatura ambiente (23-26ºC), deve-se fazer alguns furos nas embalagens para evitar a condensação de água no seu interior ou sobre os frutos de pimenta. Nesta condição pode ocorrer o desenvolvimento de fungos no pedúnculo e na superfície dos frutos após 2-3 dias, e comprometer a aparência dos frutos.

12. Conclusão

O pimentão tornou-se de grande importância comercial no Brasil e no mundo, visto que esse cultivar se adapta com facilidade a diferentes tipos de clima e pode ser cultivado tanto em estufa como também no campo.
Além de ter um grande valor nutritivo e grande aceitação na mesa do brasileiro, o pimentão tornou-se um dos cultivares de maior pratica no país, sendo cultivado durante todo o ano onde o clima é propício.
Com o cultivas Califórnia Wonder, o grupo desenvolveu todo o processo de produção do pimentão, bem como tratos culturais e colheita.


13. Bibliografia



FAZ Fácil-> http://www.fazfacil.com.br/jardim/horta_fruto_pimentao.html 

Cultivar-> http://www.grupocultivar.com.br/artigos/artigo.asp?id=141


Portal São Francisco->http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/pimentao/pimentao.php


Brasil Escola-> http://www.brasilescola.com/saude/pimentao.htm


Nestle->http://www.nestle.com.br/site/cozinha/enciclopedia/ingredientes/pimentao/introducao.aspx

EMBRAPA-> http://www.cnph.embrapa.br/sistprod/pimenta/index.htm

EBAH->http://www.ebah.com.br/content/ABAAABLjYAF/importancia-economica-pimentao